25/08/2017 | 16:07
Por Felipe Werneck
O Judô é um esporte que vem se tornando cada vez mais popular no Brasil. Criado há 135 anos pelo professor de educação física japonês Jigoro Kano, a arte marcial promove uma filosofia de equilíbrio entre corpo e mente que benificia os mais diversos tipos de praticantes. Partindo desse princípio, a Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG oferece aulas de Judô abertas para toda a comunidade.
As aulas para adultos acontecem três vezes por semana na EEFFTO. Podem participar homens e mulheres, a partir de 16 anos, iniciantes ou não em esportes de combate. A turma é comandada pelo instrutor Leandro Martins, praticante do judô há quase 20 anos e graduando do 7º período de educação física na Escola. Sua jornada começou quando ainda era faixa laranja e dava aulas em um projeto social com crianças na Vila São José. Desde então, seu interesse pelo exercício de lecionar só aumentou, até que decidiu por cursar educação física.
“O judô não é só um esporte, é um estilo de vida que me ajuda a tocar minha vida pessoal e os estudos. Essa filosofia me faz ser mais calmo, pensar mais nas minhas atitudes e a buscar um dos princípios que existe no judô que é a busca do bem-estar comum, comigo e com quem está próximo de mim”, relata.
O professor do Departamento de Terapia Ocupacional Alessandro Tomasi, participa do projeto há um ano e escolheu o judô por ser uma modalidade que une muita estratégia a técnica. "Desde que comecei, me tornei mais disposto e mais tranquilo, e foi como consegui parar de fumar", disse Alessandro, orgulhoso de sua conquista.
Já para o servidor da UFMG Danilo Silva, funcionário do Colegiado do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer (PPGIEL), o projeto se revelou como uma oportunidade para abandonar o sedentarismo e regressar à arte marcial com a qual teve contato na infância. De acordo com ele, o esporte vai muito além do exercício físico. "O que acho mais interessante é que nós não antingimos a aptidão física sem alcançarmos nossa aptidão mental. É como dizem, corpo são, mente sã. O judô ensina muito isso. Primeiro nos entendermos, para depois realizarmos a prática da arte marcial”.
A turma é composta por perfis variados de alunos, sendo a única exigência a vontade de aprender. Um dos valores que baseiam as aulas é a coletividade. Os alunos são estimulados a cooperar entre si, de modo que os mais experientes possam passar seus conhecimentos aos iniciantes.
“Uma pessoa que chega aqui sem experiência vai aprender primeiro os fundamentos, a cair sem se machucar e a fazer os deslocamentos pelo tatame. Paralelo a isso, ela já começa a aprender algumas técnicas e os próprios alunos que estão aqui há mais tempo também vão ter essa preocupação de ajudar a ensiná-la”, explica o instrutor. Ele ainda faz uma chamada para que mais mulheres possam participar do projeto, tendo em vista algumas dificuldades encontradas pela única aluna até então matriculada.